14/12/2014 – Agora a pouco vi uma cena que considero normal e que não fosse os diversos comentários ouvidos dos transeuntes ao meu redor, não teria a menor importância e passaria despercebida. A cena traz a tona a preocupante realidade em que nos encontramos e o quanto nós, enquanto cidadãos, somos culpados (por influência midiática) por diversos tipos de transtornos sociais, inclusive a criminalidade. Acredito que as opiniões devem ser emitidas sim, mas deve haver, no mínimo, uma base fundamental, uma análise ou ainda a simples busca de informação sobre o assunto antes de emiti-las.
Desci ao calçadão rapidamente apenas encontrar minha esposa com as crianças, pois o movimento nessa época do ano é intenso e não é boa ideia sair pra passear. Próximo a praça Ângelo Piazera percebo um giroflex ligado e uma movimentação diferente, logo percebo um policial com arma em punho orientando um motorista a parar o veículo, logo a frente outro policial com arma longa se dirige ao carro se posicionando conforme procedimentos. Até aí tudo normal, pois é parte da função policial manter a ordem e a segurança das pessoas e ao notar movimentos que possam comprometer a ordem é sua responsabilidade averiguar antes que ações indevidas e ilícitas se concretizem. Não vi absolutamente nada de incorreto na ação policial. Mas ouvi muitos comentários que preocupam pela desorientação que vem das pessoas e pela falta de bom senso que se revela presente em uma parcela muito grande da população.
“Que exagero”, “Não precisa de tudo isso”, “Se fosse bandido não fariam isso”, “Que abuso”, Etc.
Ao ver policiais fazendo uma abordagem como esta, obedecendo procedimentos que visam dar segurança a eles próprios e a todos que estavam ao redor, seria mais coerente e sensato ouvir comentários que ressaltassem a qualidade do atendimento policial, as técnicas utilizadas e como nossa polícia está devidamente equipada. O cidadão de bem, que está apenas passeando com seu veículo pela cidade nada deve temer, ele apenas para, apresenta o que lhe é solicitado e prossegue sem maiores problemas. Mas e se ali naquele veículo estivessem pessoas mal intencionadas planejando algum assalto na cidade? Se houvesse naquele veículo traficantes de drogas? E se os ocupantes daquele veículo estivessem fugindo em razão de algum crime cometido?
Se quer mesmo ser um crítico da atividade policial, busque conhecer como funcionam as abordagens, que regras de segurança devem ser seguidas, quais bases são usadas para escolher um carro a ser abordado, entre outras técnicas e estratégias. É necessário um pouco mais de consciência antes de emitir comentários, atitudes como esta que marginalizam a polícia apenas tornam nossa sociedade menos segura e mais vulnerável.